sábado, 4 de junho de 2011

Belo Monte e UHE Tucuruí - Duas usinas e o mesmo "destino"


A construção dessa usina seria bom para o Brasil? Depende, Belo Monte é um caso tão complexo quanto a divisão do estado do Pará em três. Deve-se estudar muito caso por caso. Mas toda vez que é discutido, acaba em agressões físicas, morais e pessoais.



Mas enquanto não sai a tal hidroelétrica, que tal falarmos de Tucuruí. Há cidade possui a segunda maior usina de energia elétrica do país. Sua construção é tão perfeita, que para quem visita a cidade fica deslumbrada com imagem gigantesca não qual a UHE ocupada no Rio Tocantins.


A UHE de Tucuruí faz parte dos grandes projetos alvejados pelo militares, tendo sua primeira etapa iniciada em 1975. A obra ocasionou em um crescimento econômico extra-ordinário no mercado local, oriundo de um grande êxodo que foi superior ao que suportava a cidade. E então começou os problemas.



A cidade pacata ficou violenta, insegura, e amedrontada. A criminalidade, segundo os próprios tucuruienses, ficou além do que poderia se imaginar. "No início parecia ser ótimo, a venda de mercadinhos aumentaram. Mas juntos com os trabalhadores, veio também os bandidos", relata o comerciante Luis Macedo.



Outro fator importante foi a área alagada, quase 3 milhões Km². No lago que ficou debaixo d'água tem verdadeiros cemitérios ambientais, troncos de uma floresta apagada pelas águas. E quem morava naquela região, até pouco tempo, estava esquecida pelo governo federal. Quando querem chamar atenção, ocupam o controle central da Eletronorte e causam pânico geral aos moradores da cidade, sendo necessário chamar o exército para resolver o problema.



Mas tudo isso valeu a pena? Tucuruí fornece energia para vários estados brasileiros. Pode até ser boa para essas regiões, entretanto, os moradores da "Cidade Luz" vivem na escuridão, no breu, mas não o Breu Branco, município próximo a Tucuruí, mas no apagão vergonhoso que abala a imagem da cidade.



Voltando a Belo Monte, podem até falar que será diferente em Altamira, mas político sempre repete essa e outras frases clichês em seus discursos motivados a partidários. Agora o impacto social e ambiental que irá sofre a região próxima a Belo Monte será muito pior do que aconteceu com Tucuruí, e será imprevisível.



O brasileiro deve por um momento parar de pensar no SEU e pensar no coletivo, não é justo que centenas de aldeias e áreas ecológicas sejam extintas para que indústrias do outro lado do país recebam essa energia e continuem poluindo o Meio Ambiente. A usina causaria caos e uma degradação à natureza de tamanhos inimagináveis.


E pensando bem, agora dá pra entender porque assuntos como Belo Monte sempre acaba em pancadaria!



Por Pedro Cavalcante

3 comentários:

  1. Cara, como estudante engenharia vejo Belo Monte como uma ótima chance de empregos para mim e outros brasileiros. Mas enfim, não eh que eu esteja pensando em mim, mas eh que o progresso eh feito de sacrificio.

    ResponderExcluir
  2. Thiago imagine se derrepende o governo manda alagar sua casa dizendo que depois iria te idenizar. Anos depois voce continua sem casa e sem ideniação. Tem que pensar nos outros sim!

    ResponderExcluir
  3. Thiago, se isso não é pensar só em si não sei o que é. Progresso nenhum é válido quando se passa por cima de direitos humanos, ou melhor, da dignidade humana. Além disso, se vão investir mais de 27 bilhões de reais na construção dessa usina, por que não investir em energia solar, por exemplo? Fonte de energia não iria faltar. Veja o caso da Alemanha, país que quase não vê a luz do sol direciona grande investimentos nesse tipo de geração de energia. Assim, o país diminuiu as taxas de CO2 expelidos para a atmosfera e não precisaram devastar a vegetação local e nem tirar ninguém de suas casas ou mudar sua cultura para tal. Sou contra, não porque o Brasil não precise de energia ou de progresso, mas porque há maneiras mais limpas e menos agressivas de se atingir esse objetivo.

    ResponderExcluir