sexta-feira, 17 de junho de 2011

Caso Alepa: Abaixo assinado reúne 25 mil assinaturas

Na tentativa de demonstrar ao Ministério Público do Estado (MPE) que o cidadão clama por justiça no caso Alepa (Assembleia Legislativa do Pará), a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), juntamente com entidades de representação popular, entregou ao MPE 25 mil assinaturas de paraenses com a solicitação da prisão preventiva dos envolvidos - direta e indiretamente - nas fraudes da Casa Legislativa.



A entrega foi feita nesta sexta-feira (17) pelo presidente da OAB/PA, Jarbas Vasconcelos. Em discurso, Jarbas relatou a sensação de impunidade presente nos paraenses, que não acreditam na prisão do alto escalão de fraudulentos envolvidos neste caso. 'Andando pelas praças, nas associações, sindicatos, e até mesmo na OAB, eu percebi uma sensação de impunidade pairando nos paraenses. Eles parecem não acreditar que estas pessoas que se envolvem nesse tipo de crime nunca pagarão pelo que fizeram. Estão desacreditadas na justiça do país', definiu Vasconcelos.


O arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira, representou a Igreja Católica Apóstolica Romana no ato público. Além disso, a Igreja auxiliou a OAB para conquistar as mais de 25 mil assinaturas que constam no documento. Segundo o arcebispo, este ato é uma forma de combater a corrupção, que com o tempo, se alastrou no país. 'Queremos contribuir para acabar com essa chaga que se chama corrupção', afirmou Taveira.


O documento com as assinaturas foi entregue no auditório do anexo II do Ministério Público, que ficou pequeno para a quantidade de pessoas que queriam presenciar o ato de justiça. Umas das sindicalistas que participou foi a presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Mirian Andrade. De acordo com ela, o paraense e o brasileiro devem usar este ato como uma a maneira de repensar o uso do título de eleitor, para que um dia esse quadro de corrupção seja extirpado da sociedade.


'O que acontece hoje é um marco para a história política do Pará, uma iniciativa de punir esse desvio de verba e conduta que aconteceu na Alepa. Mas antes de qualquer coisa, temos que lutar pra que notícias de morte e corrupção não façam mais parte da nossa realidade. Precisamos mudar esse fato que se faz presente no Brasil'.


O deputado estadual Edmilson Rodrigues, que 'encabeça' a comissão a favor da CPI na Alepa, se diz feliz com a iniciativa e apela que sejam presos todos os envolvidos neste caso e que os bens adquiridos através da rede de corrupção formado na Assembleia sejam confiscados pelo Estado. Além disso, ele pede para que a sociedade tenha cautela, pois segundo ele, antes de tudo, as investigações devem estar bem sólidas para que os advogados não encontrem maneiras de sobressair seus clientes das acusações.


'Os promotores precisam firmar as investigações de uma forma que não haja nenhuma maneira dos advogados adiarem as sentenças e deixar esse crime impune. Além da prisão, temos que pedir que sejam devolvidos todos esses bens acumulados através do dinheiro público, antes que eles vendam, transfiram ou doem essas propriedades para 'laranjas'. Devemos proteger esse patrimônio que pertence ao povo paraense', recomenda Edmilson.


Após serem entregues ao Procurador-geral em exercício, Jorge Mendonça, as assinaturas serão encaminhadas para os promotores responsáveis pelas investigações. 'Daqui, essas assinaturas serão entregues aos promotores e, caso eles encontrem maneiras que possibilitem a prisão de mais envolvidos, podem ter certeza que eles irão fazer isso. Porque nós também vamos prender os 'tubarões' que participaram desse crime', garantiu o procurador.


Por  Pedro Cavalcante - publicado no Portal ORM

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