A situação das passagens de ônibus em Belém já está parecendo novela das seis. E daquelas bem chatas que ninguém entende ou quer assistir. A cada dia são tomadas novas atitudes que ao invés de ajudar a população que utiliza o transporte público na capital, apenas deixa todos confusos e desorientados.
Seguindo uma ordem cronológica dos fatos, no dia 11 de Abril desta ano, o conselho de transito de Belém se reuniu e definiu que, de acordo com a planilha de gastos feita pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico), reajustou que o valor da passagem em 7%, passando de R$1,85 para R$2, sendo que a meia teria aumento de 10 centavos, custando R$1.
Homologado pelo prefeito de Belém, a nova tarifa começou a valer em menos de 24 horas após assinatura de Dulciomar. Até que então, o ilustre prefeito de Ananindeua, Helder Barbalho (sobrenome conhecido, com fama e bagagem política inclusa) se sentiu ofendido por não ter sido consultado pelo município vizinho, bateu a melissa e decidiu entrar com uma Ação Civil e definiu que as aviações que têm seus ônibus nascendo em Ananindeua cobraram o valor de R$1,85.
Foi nesse instante que o povo começou a sofrer. Se caso subisse no ônibus dentro de Ananindeua, pagaria R$1,85, mas se não passasse pela catraca antes de ultrapassar a fronteira de Belém-Ananindeua, o passageiro pagaria tarifa de R$2.
Toda essa confusão foi vista pelo juiz da Fazenda, Elder Lisboa Costa, como uma formar de constranger os usuários, e notificou a CTBel (Companhia de Transporte de Belém), solicitando que houvesse imediatamente a redução da tarifa até que o mérito da ação civil fosse julgado. Se a notificação fosse descumprida a prefeitura seria multada em R$50 mil por dia de infração.
Até aí, tudo mais ou menos. Porque essa história tomou um rumo decrescente (novamente) na tarde desta sexta-feira (3), quando o juiz Elder Lisboa, voltou atrás do seu próprio discurso, e permitindo que a passagem voltasse a valer de R$2 em Belém, e R$1,85 em Ananindeua.
Pelo menos até o episódio de hoje, nada ainda foi definido. Enquanto as prefeituras de Belém e Ananindeua não se decidem, os trabalhadores dessas duas cidades são obrigados a pegar coletivos sujos, quebrados, atrasado e “malcriado” que sugam em média 17,41% do seu salário mínimo.
Agora fica a pergunta, e quando o ônibus quebrar, na porta de quem a população deve bater depois de perder o emprego por chegar atrasado? No palácio Antonio Lemos onde Dulciomar, que aumentou a passagem, habita? No gabinete do Helder, que está querendo se passar de “herói dos pobres”? Ou na do Juiz que não decide se quer morango ou chocolate?
Números:
De acordo com a CTBel, na região Metropolitana de Belém circula em média 1.720 ônibus, sendo que desse montante, 1.200 ônibus têm suas origem na capital paraense.
Por Pedro Cavalcante
Ninguém merece essa situação que estamos...Mas parece que somos bonecos do que pessoas...Oonde vamos parar???¬¬
ResponderExcluirMuito bom teu texto. Realmente é uma palhaçada essa história e só que ñ rir é o usuário.
ResponderExcluirNós somos verdadeiros "marionetes" nas mãos desses pilantras. Eles não sabem o que um trabalhador passa ganhando o mísero salário mínimo e ainda ter que tirar desse dinheiro o seu transporte. Enfim... só tenho a lamentar mais essa situação da política paraense.
ResponderExcluirÓtimo texto!
ResponderExcluirOntem me assustei quando entrei no ônibus e recebi troco. Hoje me assustei quando entrei e não recebi. Como ficamos?