sexta-feira, 3 de junho de 2011

Na novela da tarifa do transporte público, o trabalhador é vitimado por seus políticos

A situação das passagens de ônibus em Belém já está parecendo novela das seis. E daquelas bem chatas que ninguém entende ou quer assistir. A cada dia são tomadas novas atitudes que ao invés de ajudar a população que utiliza o transporte público na capital, apenas deixa todos confusos e desorientados.


Seguindo uma ordem cronológica dos fatos, no dia 11 de Abril desta ano, o conselho de transito de Belém se reuniu e definiu que, de acordo com a planilha de gastos feita pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico), reajustou que o valor da passagem em 7%, passando de R$1,85 para R$2, sendo que a meia teria aumento de 10 centavos, custando R$1.


Homologado pelo prefeito de Belém, a nova tarifa começou a valer em menos de 24 horas após assinatura de Dulciomar. Até que então, o ilustre prefeito de Ananindeua, Helder Barbalho (sobrenome conhecido, com fama e bagagem política inclusa) se sentiu ofendido por não ter sido consultado pelo município vizinho, bateu a melissa e decidiu entrar com uma Ação Civil e definiu que as aviações que têm seus ônibus nascendo em Ananindeua cobraram o valor de R$1,85.


Foi nesse instante que o povo começou a sofrer. Se caso subisse no ônibus dentro de Ananindeua, pagaria R$1,85, mas se não passasse pela catraca antes de ultrapassar a fronteira de Belém-Ananindeua, o passageiro pagaria tarifa de R$2.


Toda essa confusão foi vista pelo juiz da Fazenda, Elder Lisboa Costa, como uma formar de constranger os usuários, e notificou a CTBel (Companhia de Transporte de Belém), solicitando que houvesse imediatamente a redução da tarifa até que o mérito da ação civil fosse julgado. Se a notificação fosse descumprida a prefeitura seria multada em R$50 mil por dia de infração.


Até aí, tudo mais ou menos. Porque essa história tomou um rumo decrescente (novamente) na tarde desta sexta-feira (3), quando o juiz Elder Lisboa, voltou atrás do seu próprio discurso, e permitindo que a passagem voltasse a valer de R$2 em Belém, e R$1,85 em Ananindeua.


Pelo menos até o episódio de hoje, nada ainda foi definido. Enquanto as prefeituras de Belém e Ananindeua não se decidem, os trabalhadores dessas duas cidades são obrigados a pegar coletivos sujos, quebrados, atrasado e “malcriado” que sugam em média 17,41% do seu salário mínimo.


Agora fica a pergunta, e quando o ônibus quebrar, na porta de quem a população deve bater depois de perder o emprego por chegar atrasado? No palácio Antonio Lemos onde Dulciomar, que aumentou a passagem, habita? No gabinete do Helder, que está querendo se passar de “herói dos pobres”? Ou na do Juiz que não decide se quer morango ou chocolate?


Números:
De acordo com a CTBel, na região Metropolitana de Belém circula em média 1.720 ônibus, sendo que desse montante,  1.200 ônibus têm suas origem na capital paraense.


Por Pedro Cavalcante

4 comentários:

  1. Ninguém merece essa situação que estamos...Mas parece que somos bonecos do que pessoas...Oonde vamos parar???¬¬

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  2. Muito bom teu texto. Realmente é uma palhaçada essa história e só que ñ rir é o usuário.

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  3. Nós somos verdadeiros "marionetes" nas mãos desses pilantras. Eles não sabem o que um trabalhador passa ganhando o mísero salário mínimo e ainda ter que tirar desse dinheiro o seu transporte. Enfim... só tenho a lamentar mais essa situação da política paraense.

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  4. Ótimo texto!
    Ontem me assustei quando entrei no ônibus e recebi troco. Hoje me assustei quando entrei e não recebi. Como ficamos?

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